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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O ir e vir de ser eu

Vou com o vento, e volto
Volto como a força de um furacão
Como a força da maré que logo vai recuar
Recuo
Sumo com a brisa e sinto que não estou só
Na força do vento me encontro em mim
no outro
em outra

domingo, 27 de dezembro de 2015

balance-se!

Prefiro balançar a fazer balanços!
Não sou algo resetável
As experiências ficam impressas em cada parte, em cada órgão, em cada respiração
revivê-las na mente não faz o aprendizado ser maior
Foi! Passou! Sei o que vivi e aprendi...pensar não me faz saber mais, me faz ter dor de cabeça!!!
Não quero! Não me forcem com esse calendário a fazer balanços...
Quero balançar, com frio na barriga e vento na cara
Balançar no balanço com alegria de criança!
O hoje me basta e, apesar dos sonhos, quero balançar e ficar.
Que a gente seja mais presença balançante do que ideias balançadas...péssima frase mas também não me importa.
Quero ser péssima com permissão.
Quero ser!!!

domingo, 6 de dezembro de 2015

Março de 2015.

Chove na casa amarela.
Uns dormem, outros tentam dar sentido às suas ideias...sempre tantas, sempre tão confusas...
Em agosto do ano passado, morar passou a ter sempre a companhia do sol. Uma árvore na janela foi o que tornou mais forte a escolha por esse teto, sem falar do quintal e das grades da janela com ar de anos 50.
Junto do sol muitas expectativas se construíram. Um horta no quintal, papel de parede, rede, sofá feito por nós...e uma lista com dezenas de itens. Queríamos muito que nossa casa fosse assim...com a nossa cara já que nesse mundo tudo tem uma identidade.

Mas eis que começa a pingar a primeira goteira...eis que começa a não pintar mais aquele trampo...eis que a vida passa a ser setorizada, e viver na maioria das vezes é priorizar o que te possibilita o mínimo de dignidade. As contas chegam e o desejo de um sofá assim-assado acaba tendo que esperar mais um pouco... O que te faz, de maneira dura, lembrar o que você já sabia, o que você sempre soube: que onde tem amor, parceria, vida! ter um sofá, uma parede pintada ou sei lá o quê, que nos fazem acreditar ser importante, é mero detalhe...isso a gente arruma, descola, ganha, compra...mas ter alguém pra dividir a sala vazia da casa amarela, achando graça de tudo isso, e criticando o modo de vida que nos forçam acreditar ser o melhor é raro porque precisa ter coragem. É preciso ser quem se é, não o que esperam...É preciso assumir que ter uma casa nossa cara é ter uma sala vazia...é deixar a roupa três dias tomando chuva no varal...enquanto a gente deita e se ama, porque no tempo que nos sobra nesse furacão de vida a qual não conseguimos estar fora, preferimos o ócio, os prazeres!

(Legenda de 6 de dezembro de 2015: Texto não pronto, salvo como rascunho do blog, mas que decidi publicar. E vivam as incompletudes!!!)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Nossas crianças são cada vez mais ensinadas a temer a vida. É bem verdade que novas experiências podem ser terrivelmente assustadoras pensando que para vivê-las é necessário abandonar o conforto do que nos é conhecido.  Mas porque não somos estimulados desde sempre a perceber que são justamente as experiências que têm o poder de alargar nossa compreensão das coisas?! Como no mito de Platão olhar o que acontece fora da caverna pode ser deliciosamente libertador!
Sabemos disso!  

Passamos por isso nem que seja em uma situação em que fomos forçados a isso. 
Mas porque então pouco estimulamos nesse sentido?
Queremos que as crianças repitam o que já fizemos. Queremos que todos repitam o que já fizemos. Somos inconscientemente tomados por uma necessidade de conservar as coisas como são, e, já que supostamente já passamos por aquela experiência, porque não ensiná-la aos outros. 

Sou totalmente contra conselhos. Acho impossível que a sua experiência, mesmo que muito semelhante a minha, seja igual.
Não há caminho seguro, não há previsibilidade infalível...e o nosso conservadorismo causa uma necessidade de preservação quase que paralisadora. Nociva. 
Cuidado! Não entre! Não vá! Não seja! 
Sei que não podemos ignorar a sabedoria acumulada nos anos de vida...mas que ela não sirva para ditar regras e podar sonhos...Sejamos mais como os mestres que apontam caminhos e menos como os adultos detentores da verdade absoluta. Isso me dá preguiça...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

De setembro pra cá...

De setembro pra cá
Um amor acolá
Outro aqui pra lembrar
Que é o mesmo a brotar

De setembro pra cá
Juras de amor
Cama pra dois
Casa com cor
Tristeza só depois

De setembro pra cá
Descobrindo vida nova
Dividindo casa velha

Bigode de gato
Sofá roxo
Fazer almoço
Esquecer de regar as plantas

De setembro pra cá descobrindo o que é o amor sincero, o companheirismo que sustenta, fazer planos para o futuro.

De setembro pra cá dentro de mim um novo mundo começou...

segunda-feira, 28 de abril de 2014

desabafo fatalista.

Grande é o sentimento de solidão.
Não por não ter pessoas.
Tenho.
Várias! E talvez essa seja a grande porcaria. Me apego a elas como se fossem água no deserto, a única chance de uma troca sincera, porque é terreno conhecido.
Mas não mais terreno fértil.
Água mais insípida que o normal...dá mais sede do que a mata.
E disso vem o sentir-se só... Com quem eu troco? Quem fala de algo além da própria individualidade? Quem quer tocar um projeto, fazer uma música, discutir um livro, falar sobre a merda em que estamos enfiados há tempos...quem quer?! É mais fácil enfiar-se em seu apartamento minúsculo e solitário e desaparecer atrás da pilha de carnês à pagar, afirmando, com toda a sua convicção pouco embasada, que o ser humano já nasceu assim...que tudo é relativo...que nada se discute...
É! Pois é...ainda nos "obrigam" a escutar cada barbaridade!
Sei que há semelhantes...conheço alguns...relaciono-me bem com outros, ou melhor, outro. Que é a coisa mais encantadora deste mundo! Mas não posso deixar levar-me apenas por olhos azuis que me juram amor eterno, se sei que as coisas são finitas, e que talvez do nosso amor dependam nossas trocas. Sei lá...
Sinto medo.
Sinto-me só!


domingo, 15 de setembro de 2013

Apaixonite Aguda! {Itamar(sempre foda!)Assumpção}

"Quando estou longe
Quero ficar perto
Quando estou perto
Quero ficar dentro
Quando estou dentro
Quero ficar mudo
Quando estou mudo
Quero dizer tudo."