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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Nossas crianças são cada vez mais ensinadas a temer a vida. É bem verdade que novas experiências podem ser terrivelmente assustadoras pensando que para vivê-las é necessário abandonar o conforto do que nos é conhecido.  Mas porque não somos estimulados desde sempre a perceber que são justamente as experiências que têm o poder de alargar nossa compreensão das coisas?! Como no mito de Platão olhar o que acontece fora da caverna pode ser deliciosamente libertador!
Sabemos disso!  

Passamos por isso nem que seja em uma situação em que fomos forçados a isso. 
Mas porque então pouco estimulamos nesse sentido?
Queremos que as crianças repitam o que já fizemos. Queremos que todos repitam o que já fizemos. Somos inconscientemente tomados por uma necessidade de conservar as coisas como são, e, já que supostamente já passamos por aquela experiência, porque não ensiná-la aos outros. 

Sou totalmente contra conselhos. Acho impossível que a sua experiência, mesmo que muito semelhante a minha, seja igual.
Não há caminho seguro, não há previsibilidade infalível...e o nosso conservadorismo causa uma necessidade de preservação quase que paralisadora. Nociva. 
Cuidado! Não entre! Não vá! Não seja! 
Sei que não podemos ignorar a sabedoria acumulada nos anos de vida...mas que ela não sirva para ditar regras e podar sonhos...Sejamos mais como os mestres que apontam caminhos e menos como os adultos detentores da verdade absoluta. Isso me dá preguiça...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

De setembro pra cá...

De setembro pra cá
Um amor acolá
Outro aqui pra lembrar
Que é o mesmo a brotar

De setembro pra cá
Juras de amor
Cama pra dois
Casa com cor
Tristeza só depois

De setembro pra cá
Descobrindo vida nova
Dividindo casa velha

Bigode de gato
Sofá roxo
Fazer almoço
Esquecer de regar as plantas

De setembro pra cá descobrindo o que é o amor sincero, o companheirismo que sustenta, fazer planos para o futuro.

De setembro pra cá dentro de mim um novo mundo começou...

segunda-feira, 28 de abril de 2014

desabafo fatalista.

Grande é o sentimento de solidão.
Não por não ter pessoas.
Tenho.
Várias! E talvez essa seja a grande porcaria. Me apego a elas como se fossem água no deserto, a única chance de uma troca sincera, porque é terreno conhecido.
Mas não mais terreno fértil.
Água mais insípida que o normal...dá mais sede do que a mata.
E disso vem o sentir-se só... Com quem eu troco? Quem fala de algo além da própria individualidade? Quem quer tocar um projeto, fazer uma música, discutir um livro, falar sobre a merda em que estamos enfiados há tempos...quem quer?! É mais fácil enfiar-se em seu apartamento minúsculo e solitário e desaparecer atrás da pilha de carnês à pagar, afirmando, com toda a sua convicção pouco embasada, que o ser humano já nasceu assim...que tudo é relativo...que nada se discute...
É! Pois é...ainda nos "obrigam" a escutar cada barbaridade!
Sei que há semelhantes...conheço alguns...relaciono-me bem com outros, ou melhor, outro. Que é a coisa mais encantadora deste mundo! Mas não posso deixar levar-me apenas por olhos azuis que me juram amor eterno, se sei que as coisas são finitas, e que talvez do nosso amor dependam nossas trocas. Sei lá...
Sinto medo.
Sinto-me só!