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segunda-feira, 28 de abril de 2014

desabafo fatalista.

Grande é o sentimento de solidão.
Não por não ter pessoas.
Tenho.
Várias! E talvez essa seja a grande porcaria. Me apego a elas como se fossem água no deserto, a única chance de uma troca sincera, porque é terreno conhecido.
Mas não mais terreno fértil.
Água mais insípida que o normal...dá mais sede do que a mata.
E disso vem o sentir-se só... Com quem eu troco? Quem fala de algo além da própria individualidade? Quem quer tocar um projeto, fazer uma música, discutir um livro, falar sobre a merda em que estamos enfiados há tempos...quem quer?! É mais fácil enfiar-se em seu apartamento minúsculo e solitário e desaparecer atrás da pilha de carnês à pagar, afirmando, com toda a sua convicção pouco embasada, que o ser humano já nasceu assim...que tudo é relativo...que nada se discute...
É! Pois é...ainda nos "obrigam" a escutar cada barbaridade!
Sei que há semelhantes...conheço alguns...relaciono-me bem com outros, ou melhor, outro. Que é a coisa mais encantadora deste mundo! Mas não posso deixar levar-me apenas por olhos azuis que me juram amor eterno, se sei que as coisas são finitas, e que talvez do nosso amor dependam nossas trocas. Sei lá...
Sinto medo.
Sinto-me só!