Há um terceiro elemento que não costuma aparecer muito por aqui.
Todos sabem. Sabemos da sua existência. Temos ciência.
Mesmo que, na maioria do tempo, ele pareça quase que insignificante, ele existe. Ela. Existe. E sabe. Não se esconde não. Embora tapemos cada vez mais os olhos. Tapamos o sol com a peneira. Fica tipo aquela poeirinha embaixo do tapete que você sabe que um dia terá que varrer.
Mas mais significante ainda do que sua existência, são as intenções por trás. Da música tocada. Do encontro marcado. Da bebida compartilhada.
Salta aos meus olhos tamanha estranheza ao que cometemos. Acometidos. Estranheza tanta que torna tudo tão natural. Naturalidade estranha que sentimos em situações absurdas. Absurdamente estranho sermos indiferentes a isso e nos sentirmos bem. E não termos freio. Parar. Não deixar que os olhos se cruzem tão fundo. Azul. Tirar as mãos dali. Parar de falar. De querer. De deixar. Tocar. Querer. Queremos estar perto. Parar. Parar, mas não dá. Sentimos. Só não sentimos muito. Sentimos que a sua insignificância e falta de graça aumentam ao passo que as afinidades e trocas se acentuam. E elas crescem. E tomam toda a nossa atenção. E o terceiro elemento. E a terça parte do triângulo. Some. Quase esqueci de continuar escrevendo sobre ele. Pensando. Lembrando do que sentimos. E ele vai sumindo, e tem que sumir mais. Porque aquela ponta que ele sustenta me cutuca, e cutuca forte. Faz ferida. E por mais que o esqueçamos, ele ainda existe...ela ainda existe...não?!
Não é tudo o que eu quero ouvir.
Muito bonitos seus textos, Marina!
ResponderExcluirParabéns!
Obrigada!
ExcluirVisite sempre que puder/quiser!!!
:)